Após a morte de António Ferreira de Almeida em 1987, a Casa do Concelho de Gouveia entrou num largo período de “vazio” referencial, numa vaga difícil de colmatar. António Ferreira de Almeida era tudo, a essência de uma associação, que dele vivia e que dele subsistia. Foram 36 anos ao comando da sua Casa. 

A Casa do Concelho não dependia apenas do trabalho, dos contactos, do bairrismo e da entrega do seu presidente. António Ferreira da Almeida era também a “almofada” de conforto financeiro da instituição. Quando não havia dinheiro para pagar a renda, a luz, a água e afins, era este benemérito que mantinha as despesas correntes “em dia”. 

Entre 1987 e 1990 a Casa do Concelho viveu sobre uma vice-presidência de gestão. Após a morte do Comendador António Ferreira de Almeida, só em 1990, viriam a existir eleições aos Órgãos Sociais. 

D. Maria Leonor Perfeito é a vice-presidente em funções que assegura a gestão da Casa do Concelho nesse período. Leonor Perfeito, como era conhecida entre os seus pares aparece na Direcção da Casa do Concelho em 1983. O Inspector Luciano de Almeida Carvalho, até então braço direito de António Ferreira de Almeida, durante 28 anos, decide indicar o nome de Leonor Perfeito para Vice-Presidente nas eleições aos Corpos Sociais desse ano. O professor, natural de Figueiró da Serra, negou a continuidade devido ao avanço da idade e a não disponibilidade para continuar a servir da melhor forma a Casa do Concelho de Gouveia. 

Em 1990 surge uma lista candidata aos Órgãos Sociais, havia a necessidade de desbloquear o “vazio” diretivo. Álvaro Saraiva Silva, é o homem que se segue, ainda que o impasse continua. O presidente da Mesa da Assembleia Geral, Casimiro de Albuquerque exige a D. Maria Leonor Perfeito a apresentação dos relatórios e contas dos anos de 1987, 1988 e 1989, só assim  seria possível a nova Direcção tomar posse. Na verdade, a D. Maria Leonor Perfeito nunca chegou a entregar o relatórios e contas dos respectivos, tendo o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, face à urgência de gerir os destinos da Casa, dado posse aos novos Órgãos Sociais, tendo a nova Direcção partido do “ponto zero” contabilisticamente.